NOSSO ENCONTRO DE JUNHO


O voluntário contador de histórias abre a porta do quarto ou enfermaria no hospital e encontra um adolescente! E aí? O que ler para este adolescente???


O jovem ou a jovem faz cara de que já está grande demais para ouvir historinhas! Como abordá-lo? Como conquistar sua curiosidade ou sua confiança?


Que histórias seriam boas iscas para vencer a resistência em adolescentes que atendem aos outros muitos apelos tecnológicos da atualidade? Como resgatá-los para o mundo dos livros?



Para buscar responder a estas e outras perguntas escolhemos o tema: Histórias para adolescentes para o nosso próximo encontro, dia 10 de junho, às 14:00 horas.

Leitor guia: Tom Alves

Vamos, juntos, compartilhar e ampliar nossos repertórios para encantar adolescentes!

RESENHA DE MAIO/2013- Manoel de Barros

No dia 13 de maio nos libertamos das amarras de regras e rompemos as correntes das normas estabelecidas para sentir e desver o mundo através da poesia libertadora de Manoel de Barros. Este eterno menino, que nos convida para também o sermos e praticar um olhar diferente para a natureza e todas as coisas.

Eu tenho um ermo enorme dentro do olho. Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade do que não fui. Acho que o que faço agora é o que não pude fazer na infância. Faço outro tipo de peraltagem. Quando eu era criança eu deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio. Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto.
Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação...

"Tudo que não invento é falso."

A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra o pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta o lápis, que vê a uva etc.etc.
Perdoai.
Mas preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.