Nosso encontro de Agosto/2014 - CORA CORALINA


Vamos passar a tarde na companhia da "Pessoa mais importante de Goiás", segundo Carlos Drummond de Andrade: CORA CORALINA.

"Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás."

Vamos explorar a vida e a obra desse exemplo de mulher, de brasileira e de escritora, contista, poeta, que teve seu primeiro livro publicado aos 75 anos de vida.

Cora nos deixou frases-ensinamentos como esses:

"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende com a vida e com os humildes."

"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma."

"Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."

Resenha de Julho/2014 - CONSIDERAÇÕES SOBRE O POLITICAMENTE CORRETO NA LITERATURA INFANTIL

Foi uma roda diferente! Caracterizada principalmente pela presença de novos participantes, constituiu-se em um ótimo momento de reflexão e crítica sobre um assunto, em si, pra lá de polêmico. E seguindo a proposta do tema, procuramos considerar todos os lados ao abordar considerações sobre questões delicadas e de muito impasse. Tudo num ambiente repleto de empatia, num clima de leveza e humor!

Nossa postura foi, por princípio, a da avaliação dos dois pólos da questão: ser ou não ser?

Isto é, adotar uma postura ligada ao estritamente “politicamente correto” nas escolhas dos textos infantis, ou não? Por que sim? Por que não?

Munidos de textos e defesas de ambos os lados da questão, seguimos as trilhas de cada vertente discutindo, questionando, refletindo sobre as diversas aplicações de um assunto complexo. Descobrimos particularidades em que julgamos dever aplicar o que é considerado “politicamente correto” e contextos outros, nos quais vamos preferir transgredir para levar nossas crianças a situações que provoquem nelas a sua própria reflexão.

A nossa decisão enquanto contadores deve ser a de seguir sempre o caminho do bom senso. Devemos estar atentos à qualidade e ao conteúdo do que levamos para as crianças, sem contudo subestimar as necessidades e a capacidade delas de entendimento e de reflexão do mundo.

O escritor Ilan Brenman dedicou sua tese de doutorado a este assunto e quando questionado pela Revista Avisa lá se devíamos poupar nossas crianças denarrativas cujas personagens são más, com madrastas perversas ou bruxas devoradoras de criancinhas, deu o seguinte depoimento”:

“A personagem mais conflituosa e com mais dificuldades costuma ser a mais interessante e a que mais chama a atenção das crianças. Justamente porque ela expressa dificuldades e problemas humanos, mostrando como somos. Só que faz isso metaforicamente, de maneira segura. Precisamos de histórias de verdade, que expressem o conflito e a complexidade da nossa existência. A violência maior está no silêncio, na falta de palavras, naquilo que vivemos, mas não podemos expressar, no que se torna não-dito. Quando um conto tradicional, por exemplo, é mutilado, extirpando seus conflitos, há um impedimento que o público, seja adulto ou infantil, se reconheça em seus personagens, e que os dramas dialoguem com o que o leitor sente. Toda criança tem seus dramas e vive conflitos. Essa noção de que ela é pura e precisa ser protegida é uma noção idealizada de infância. É uma visão extremamente romantizada e distante da realidade.”
A entrevista completa encontra-se no site : http://www.avisala.org.br/index.php/conteudo-por-edicoes/revista-avisala-39/o-politicamente-correto-nas-historias-infantis/