RESENHA DE JUNHO


“Quem ensinasse os homens a morrer, os ensinaria a viver”.
                                    Michel de Montaigne


Nossa reunião de junho, sobre o tema A morte na literatura infantil, nos proporcionou uma viagem muito reflexiva sobre a vida e a morte. As discussões movimentaram toda a roda e a contribuição dos participantes foi muito expressiva, através de livros e textos e posicionamentos.
Apesar da seriedade e do embaraço que o tema pode causar a todos, as exposições dos participantes mostraram que, de qualquer forma, a temática nos leva a ter uma posição diante de suas questões.


"Até a morte, tudo é vida" – Miguel de Cervantes





Os diversos livros, trazidos pelos participantes, deram o toque especial ao nosso momento, pois trouxeram narrativas poéticas a uma questão tão complexa. Enfim, foi uma reunião leve, descontraída, bem-humorada com espaço para reflexões sérias. 
Falar de morte não precisa ser necessariamente pesado e triste. 
Algumas histórias lidam com o assunto de maneira bem engraçada!
A conclusão geral é de que o tema deve, sim, ser levado às crianças, mesmo hospitalizadas. Devemos ter cuidado e bom senso em como abordar o tema ou ler um conto, uma história. Devemos levar em consideração a idade, o grau de cognição e o estado em que se encontra a criança. Buscar sempre levar a verdade, sem subterfúgios nem floreamentos que as deixem mais confusas e distantes da compreensão do tema, que muitas vezes elas já tem, mas que nós, adultos, desconhecemos ou não damos importância.

Foi mais uma vez uma reunião muito proveitosa e rica. Com certeza saímos dela com mais indagações e questões a serem trabalhadas.

Heli nos brindou com uma coletânea de textos sobre o tema, extraídos de diversas fontes, que enriqueceram grandemente a discussão da nossa Roda.

Livros presentes na roda:


  • Menina Nina – Ziraldo
  • Meu filho pato - várias histórias de vários autores, reunidas por Ilan Brenman
  • Silêncio – Ilan Brenman
  • Por que Elvis não latiu? – Robertson Frizero
  • De Morte – Angela Lago
  • Contos de espantar a morte – Ricardo Azevedo
  • Será o Benedito – Mário de Andrade
  • História de uma folha – Leo Buscaglia
  • O pato, a morte e a tulipa – Wolf Erlbruch
  • A morte e o rei  (do livro 23 histórias de um viajante) - Marina Colasanti
  • O pintor do céu  (do livro Lá vem histórias) – Heloisa Pietro

O textos levados por Heli foram extraídos dos seguintes livros:

Histórias que curam – Rachel Naomi Remen
O livro tibetano do viver e do morrer – Sogyal Rinpoche
Uma arte de cuidar (Estilo Alexandrino) – Jean-Yves Leloup

A nossa próxima reunião será dia 10 de julho e o tema será "Rubem Alves" com Heli como leitora guia.

Um grande abraço a todos e até lá.
Selma e Tom.

NOSSO ENCONTRO DE 12 JUNHO

Nosso encontro de junho será no dia dos namorados, e nossa roda então celebrará a vida e o amor de uma maneira bem diferente, falando sobre a morte.

“A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas”.
 Leo Buscaglia

Quase uma continuidade natural do tema do encontro anterior, quando falamos da velhice e do processo de envelhecimento na literatura infantil, discutiremos em junho, como a morte e as perdas são passadas para as crianças e adolescentes através dos livros.

Existem muito livros que abordam este tema e que ajudam os adultos, geralmente tão confusos e embaraçados com esta temática, a falar do assunto com as crianças. Se a morte é a única, verdadeiramente a única certeza que temos desde o nosso nascimento, por que tanta dificuldade para aceitá-la como processo natural e cíclico da vida?

Como a literatura infantil entra nessa confusão emocional? Como devemos falar da morte com as crianças? Como a literatura pode ajudá-las a lidar com as perdas cotidianas, e até mesmo a morte recente ou vindoura de uma pessoa amada? Como a literatura pode ajudá-las a enfrentar os medos e receios diante da própria morte?

Devemos ler livros que falem de morte para as crianças? O tema as deixará assustadas? Vai abalá-las emocionalmente? Ou devemos falar da morte só de forma indireta para não aterrorizá-las?

O assunto é polêmico e levanta muitas questões religiosas, filosóficas e psicológicas que, inclusive, põem à prova nossa postura diante da morte!

Como diz sabiamente o Dalai Lama, "Quando morremos, nada pode ser levado conosco, com a exceção das sementes lançadas por nosso trabalho e nosso conhecimento".
Vamos então falar sobre a morte, que é também uma questão da vida, e plantar nossas sementes!

Um grande abraço e até terça em nossa Roda com o tema "A Morte na Literatura Infantil"!

Selma e Tom