Nosso encontro de Novembro/2014: Contos Judaicos


Shalom!

Como é um telegrama judaico?:
“Segue carta. Comece a se preocupar.”


E três judeus juntos, quantas opiniões?
"Quatro, em caso de um ser esquizofrênico."


Quando penso em Contos Judaicos a conexão imediata é com sabedoria e humor! Os contos tradicionais judaicos têm a função de ensinar, mas sempre acompanhados de uma pitada de graça e aquela pegadinha que causa um verdadeiro terremoto em nosso pensamento lógico! Movimentos sísmicos que abalam crenças, vaidades e preconceitos!

Ao longo de milênios, o povo judeu foi acumulando um verdadeiro tesouro de histórias, provérbios e anedotas, ao qual se acrescentou o trabalho de grandes escritores, e é neste universo rico e divertido que iremos mergulhar no próximo Roda Palavra. Ao pesquisar os textos, já estou rindo, rindo e me emocionando, me emocionando e aprendendo.

O BARQUEIRO

Durante uma inundação, um barqueiro estava ajudando um sábio a atravessar o rio. O tsadik (homem santo) percebeu que o pobre homem era muito ignorante e quis ajudá-lo a seu modo.
- Meu filho, você estuda os livros sagrados?
- Sou barqueiro e lenhador, meus filhos têm que comer, não tenho tempo de estudar, rabino.
- Ai de ti - lamentou o rabino. -Um judeu que não estuda perde a quarta parte da sua vida. Mas diga-me, pelo menos você recita os Salmos?
- Rebe, não posso, tenho muita lenha para carregar.
- Ai de ti. Um judeu que não recita os Salmos desperdiça uma quarta parte da sua vida. Mas suponho que fazes as tuas orações como se deve.
- Rabino, faço o que posso, minha casinha inundou e o rio levou o meu manto e o meu livro de orações.
- Ai de ti: assim você gastou outra quarta parte da sua vida.
Nesse momento o bote bateu em uma pedra e começou a fazer água.
- Rabino - disse o homem - o senhor sabe nadar?
- Nãooooo! - gritou o rabino que já estava afundando.
- Então, desperdiçaste os quatro quartos da sua vida. Mas, se o senhor segurar firme em mim, talvez eu possa levá-lo até a margem com o quarto de vida que me resta.


O humor judaico não deixa escapar nada, nem ninguém, nem mesmo Deus!


A Deus o que é de Deus

Um rabino, um pastor protestante e um padre católico, reúnem-se ecumenicamente, seguindo uma tradição local. Falam de Deus, dos seus paroquianos e da difícil tarefa que se propuseram na terra.

Comentam também a sua vida quotidiana.
– O que fazer com as contribuições dos fiéis?
– Eu – diz o padre –, resolvi o assunto desta forma: traço um círculo no chão, pego no dinheiro das esmolas e atiro-o para o círculo. O que fica dentro do círculo é para Deus, o que fica de fora, para as minhas necessidades.
– Eu – acrescenta o pastor protestante – faço algo semelhante. Traço um risco no chão e atiro o dinheiro. O que for para além do sinal é para Deus; o que não for, é para mim. E você, rabino?
– Eu? Eu resolvo diretamente com Deus. Junto todo o dinheiro e atiro-o em direção ao céu. O que Deus quer, guarda-o; o que não quer, deixa cair ao chão e fica para mim.

Nas palavras de Nilton Bonder:

"O verdadeiro humor não tem a função de ser apenas hilariante. Como as histórias nos falam de inconsciente a inconsciente, as piadas nos falam de existência a existência. Nossas angústias, dúvidas, perplexidades, insensatez e tanto mais da experiência humana são codificados não em prosa ou verso, mas em piadas. O humor judaico é, sem dúvida, uma das grandes heranças desta forma de expressão humana."


Esta é apenas uma pequena amostra do que teremos na nossa tarde do dia 10 de novembro, às 14 horas.

Esperamos vocês lá para rirmos de nossos pecados, deslizes, faltas e, assim, aprendermos um pouco mais sobre nós mesmos!

Lehitraót! (Até lá!)