Como contar histórias para aquelas criaturinhas tão pequenas, tão curiosas e ao mesmo tempo tão dispersas? Como prender a atenção destes bebês que a todo momento são chamados por tantos estímulos visuais, sonoros e táteis do ambiente? Como o contador pode vencer tantos "concorrentes" anônimos? Como transformar a hora do conto em um momento delicioso e divertido para o contador e a criança? E se esta criança estiver hospitalizada?
E por que contar?
Ouvindo histórias a criança começa a adquirir o gosto pela leitura, amplia seu vocabulário e desenvolve a linguagem e o pensamento. Além disso, as histórias também estimulam a atenção e a memória, despertando a sensibilidade e o imaginário.
O fato é que elas adoram histórias! As crianças envolvem-se e encantam-se quando se deparam com os adultos falando com voz diferente, com um brilho alterado no olhar, movimentos ou expressões faciais incomuns. A mudança no comportamento do contador ao dramatizar os personagens da história fascina os pequenos.
Como conquistar este encantamento? É tão simples, basta deixar a nossa criança interior falar com a criança que está nos ouvindo. (tema do Roda de abril).
Algumas dicas:
Entonação - Nada é mais entediante para uma criança do que uma leitura monótona.
Ler ou contar - Tanto faz, o importante é 'viver" a história! Quando se conta, a liberdade para movimentos e uso de acessórios é maior. Já a leitura tem como uma das vantagens criar na criança a ideia de que as histórias moram nos livros. O contato com os livros é um “exercício” a ser despertado na criança desde bem cedo.
Cenário - Não é preciso muita elaboração para criar cenas. Um simples lápis que se transforma em vara de condão ou um lenço que vira uma capa mágica são capazes de encantar a criança. A contadora de histórias Silvia Lohn prende a atenção da garotada com legumes. "Beterrabas são as princesas. O pimentão é o sapo e o alho-porro, o rei", conta. Os alimentos funcionam bem com as crianças de 2 ou 3 anos. As mais velhas sabem que uma batata é uma batata.
Respeito à vontade - Não obrigue a criança a ouvir histórias quando ela não quer.
Tintim por tintim - Tente não mudar o enredo das histórias. Crianças pequenas pedem que se repita várias vezes a mesma história. Esperam determinadas partes só para confirmar que as ouviram antes. É assim que também vão compreendendo melhor o conto.
Criando clima - Não vá direto contando histórias. Converse, esgote as ansiedades infantis, brinque com palavras, perguntas para entrar no clima.
No meio do caminho - Prepare-se para interrupções. Nada mais gostoso que curiosidade de criança, use isso a favor da história e da interação. Você pode estimular mais ainda devolvendo as perguntas para a criança.
História de quê? - Varie os gêneros. Até os 3 anos, a garotada assimila melhor enredos com crianças, bichinhos, brinquedos ou animais com características humanas, ou seja, que falam e têm sentimentos. Mas vale arriscar outros enredos.
Tempo - Criança pequena não tem paciência com história longa. Gosta de figura, pouco texto e exige mais da criatividade do contador para manter-se atenta. As maiores já conseguem se concentrar por mais tempo. Tenha livros com histórias de vários tamanhos.
Imagens e sons - Os bebês são mais influenciados pelas imagens (sejam as figuras em livros ou aquelas criadas pela fala do contador) e por sons, melodias do que pelo conteúdo do texto em si.
BIBLIOGRAFIA DE
“HISTÓRIAS PARA BEBÊS”
(Sugestões dos participantes do Roda
Palavra – Maio/2014)
O sapinho
divertido (Jack Tickle) – Ciranda
Cultural
Esconde-esconde
– Tuco, o tigre (Lidiane Caetano) – Editora Rideel
Esconde-esconde
– Fredy, o cachorro (Lidiane Caetano) – Editora Rideel
Tanto, tanto
(Trish Cooke) – Editora Ática
101
Dálmatas, filhotes por todo lado - Editora DCL
O Mundo da
Criança – Editora Delta
Coleção “O
que é o que é?” (Guido Van Genechten) – Editora Global
- É uma rã?
- É um caracol?
- É um gato?
- É um rato?
Na Floresta
(Kait Eaton) – Editora Zastrás
Na Fazenda
(Kait Eaton) – Editora Zastrás
O caracol
(Mary França e Eliardo França) – Editora Ática
Coleção Pop-Up Divertido – Editora Libris
- A vida Na Fazenda (Sílvia Morales)
- Quem sou eu? Animais Selvagens
- Quem sou eu? Insetos
Sancha, la burrita (Peter Lawson) – Editora Sigmar
En La Selva – Editora Sigmar
Animais da Fazenda (livro de pano) – Editora Leitura
Brincando com o Sr. Jaca (Jo Lodge) – Editora ABCpress
Quem está escondido na casa? (David Crossley) – Editora Ciranda Cultural
O Palhaço Biduim (Bia Bedran) – Editora Nova Fronteira
O Ovo (Ivan e Marcello) – Editora Nova Fronteira
E o dente ainda doía (Ana Terra) – Editora DCL
Tem Gato na Tuba (Braguinha e Alberto Ribeiro) – Companhia Editora Nacional
O caso do bolinho (Tatiana Belinky) – Editora Moderna
Ruidos baho la cama (Mathis) – Editora Pípala
Bibliografia
recomendada por Yolanda Reyes
(Educadora e pesquisadora Colombiana),
no livro
“A casa imaginária – Leitura e literatura na primeira infância”:
- Caixa de surpresas (Claudia Ramos)
– Editora Global
- Um Elefante (Claudia Ramos) –
Editora Global
- A bruxinha e o Godofredo (Eva
Furnari) – Editora Global
- A bruxinha atrapalhada (Eva
Furnari) – Editora Global
- A flor do lado de lá (Roger Mello)
– Editora Global
- Feliz Aniversário, Lua (Frank
Asch) – Editora Global
- O passeio de Rosinha (Pat
Hutchins) – Editora Global
- Uma boa cantoria (Ana Maria
Machado) – Editora FTD
- Trem de Ferro (Manuel Bandeira) –
Editora Global
- Vento (Elma) – Editora Global