NOSSO ENCONTRO DE JUNHO (2014)


Nosso próximo Roda Palavra nos levará a uma viagem fabulosa pelas areias escaldantes do deserto ... Chegaremos a um Oásis encantado, onde encontraremos palácios, mistérios, surpresas e tesouros! 



Portanto, tragam seus tapetes voadores, suas palavras mágicas, seus mágicos, gênios, sultões, dançarinas...

Teremos uma tarde de Mil e Uma Histórias.


09 de junho, às 14 horas.
Tema: Histórias das Arábias
Leitor guia: Valdice

RESENHA DE MAIO (2014) - Histórias para Bebês

Como contar histórias para aquelas criaturinhas tão pequenas, tão curiosas e ao mesmo tempo tão dispersas? Como prender a atenção destes bebês que a todo momento são chamados por tantos estímulos visuais, sonoros e táteis do ambiente? Como o contador pode vencer tantos "concorrentes" anônimos? Como transformar a hora do conto em um momento delicioso e divertido para o contador e a criança? E se esta criança estiver hospitalizada?

E por que contar?
Ouvindo histórias a criança começa a adquirir o gosto pela leitura, amplia seu vocabulário e desenvolve a linguagem e o pensamento. Além disso, as histórias também estimulam a atenção e a memória, despertando a sensibilidade e o imaginário.

O fato é que elas adoram histórias! As crianças envolvem-se e encantam-se quando se deparam com os adultos falando com voz diferente, com um brilho alterado no olhar, movimentos ou expressões faciais incomuns. A mudança no comportamento do contador ao dramatizar os personagens da história fascina os pequenos.
Como conquistar este encantamento? É tão simples, basta deixar a nossa criança interior falar com a criança que está nos ouvindo. (tema do Roda de abril).

Algumas dicas:

Entonação - Nada é mais entediante para uma criança do que uma leitura monótona.
Ler ou contar - Tanto faz, o importante é 'viver" a história! Quando se conta, a liberdade para movimentos e uso de acessórios é maior. Já a leitura tem como uma das vantagens criar na criança a ideia de que as histórias moram nos livros. O contato com os livros é um “exercício” a ser despertado na criança desde bem cedo.
Cenário - Não é preciso muita elaboração para criar cenas. Um simples lápis que se transforma em vara de condão ou um lenço que vira uma capa mágica são capazes de encantar a criança. A contadora de histórias Silvia Lohn prende a atenção da garotada com legumes. "Beterrabas são as princesas. O pimentão é o sapo e o alho-porro, o rei", conta. Os alimentos funcionam bem com as crianças de 2 ou 3 anos. As mais velhas sabem que uma batata é uma batata.
Respeito à vontade - Não obrigue a criança a ouvir histórias quando ela não quer.
Tintim por tintim - Tente não mudar o enredo das histórias. Crianças pequenas pedem que se repita várias vezes a mesma história. Esperam determinadas partes só para confirmar que as ouviram antes. É assim que também vão compreendendo melhor o conto.
Criando clima - Não vá direto contando histórias. Converse, esgote as ansiedades infantis, brinque com palavras, perguntas para entrar no clima.
No meio do caminho - Prepare-se para interrupções. Nada mais gostoso que curiosidade de criança, use isso a favor da história e da interação. Você pode estimular mais ainda devolvendo as perguntas para a criança.
História de quê? - Varie os gêneros. Até os 3 anos, a garotada assimila melhor enredos com crianças, bichinhos, brinquedos ou animais com características humanas, ou seja, que falam e têm sentimentos. Mas vale arriscar outros enredos.
Tempo - Criança pequena não tem paciência com história longa. Gosta de figura, pouco texto e exige mais da criatividade do contador para manter-se atenta. As maiores já conseguem se concentrar por mais tempo. Tenha livros com histórias de vários tamanhos.
Imagens e sons - Os bebês são mais influenciados pelas imagens (sejam as figuras em livros ou aquelas criadas pela fala do contador) e por sons, melodias do que pelo conteúdo do texto em si.

BIBLIOGRAFIA DE “HISTÓRIAS PARA BEBÊS”
(Sugestões dos participantes do Roda Palavra – Maio/2014)

O sapinho divertido  (Jack Tickle) – Ciranda Cultural
Esconde-esconde – Tuco, o tigre (Lidiane Caetano) – Editora Rideel
Esconde-esconde – Fredy, o cachorro (Lidiane Caetano) – Editora Rideel
Tanto, tanto (Trish Cooke) – Editora Ática
101 Dálmatas, filhotes por todo lado - Editora DCL
O Mundo da Criança – Editora Delta
Coleção “O que é o que é?” (Guido Van Genechten) – Editora Global
            - É uma rã?
            - É um caracol?
            - É um gato?
            - É um rato?
Na Floresta (Kait Eaton) – Editora Zastrás
Na Fazenda (Kait Eaton) – Editora Zastrás
O caracol (Mary França e Eliardo França) – Editora Ática
Coleção Pop-Up Divertido – Editora Libris
   - A vida Na Fazenda (Sílvia Morales)
    - Quem sou eu? Animais Selvagens
    - Quem sou eu? Insetos
Sancha, la burrita (Peter Lawson) – Editora Sigmar
En La Selva – Editora Sigmar
Animais da Fazenda (livro de pano) – Editora Leitura
Brincando com o Sr. Jaca (Jo Lodge) – Editora ABCpress
Quem está escondido na casa? (David Crossley) – Editora Ciranda Cultural
O Palhaço Biduim (Bia Bedran) – Editora Nova Fronteira
O Ovo (Ivan e Marcello) – Editora Nova Fronteira
E o dente ainda doía (Ana Terra) – Editora DCL
Tem Gato na Tuba (Braguinha e Alberto Ribeiro) – Companhia Editora Nacional
O caso do bolinho (Tatiana Belinky) – Editora Moderna
Ruidos baho la cama (Mathis) – Editora Pípala



Bibliografia recomendada por Yolanda Reyes 
(Educadora e pesquisadora Colombiana),
 no livro “A casa imaginária – Leitura e literatura na primeira infância”:

- Caixa de surpresas (Claudia Ramos) – Editora Global
- Um Elefante (Claudia Ramos) – Editora Global
- A bruxinha e o Godofredo (Eva Furnari) – Editora Global
- A bruxinha atrapalhada (Eva Furnari) – Editora Global
- A flor do lado de lá (Roger Mello) – Editora Global
- Feliz Aniversário, Lua (Frank Asch) – Editora Global
- O passeio de Rosinha (Pat Hutchins) – Editora Global
- Uma boa cantoria (Ana Maria Machado) – Editora FTD
- Trem de Ferro (Manuel Bandeira) – Editora Global
- Vento (Elma) – Editora Global

2014 - RESENHA DE ABRIL - Histórias que contam histórias IV - A Voz da Minha Criança

Em nossa primeira Roda de 2014, como sempre, escolhemos um tema em que o contador fosse o foco, em mais uma de suas nuances, desta vez, a criança presente no adulto de cada um de nós.

A proposta surgiu a partir de uma contadora que nos trouxe o livro Palavra de Criança como sugestão de um tema para o Roda Palavra.
Usamos o livro como fonte de inspiração para criar a temática do encontro, agregando autores que trazem essa essência de ser criança em seus textos.
Assim, inevitavelmente visitamos Manoel de Barros, o poeta mais criança que conhecemos! Sylvia Orthof também não poderia faltar!
E assim vieram também para Roda: Betty Coelho, Tom Alves, histórias pessoais e muita partilha!


Uma boa história é contada de "criança para criança". Ou seja, quando um contador de histórias conta com o coração, é a criança interna dele que está falando com a criança do ouvinte, mesmo que este cronologicamente não seja uma criança.
É a criança do contador chamando a criança do ouvinte para brincar.




"Em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa"  
(Carl Gustav Jung)



A criança é aquela fonte de energia que vive dentro de nós e nos impulsiona para o novo, a curiosidade que nos mobiliza para arriscarmos novas experiências e novos caminhos. Sem a presença da criança em nós, a vida vai ficando cada vez mais chata, cinza e sem graça.
As crianças brincam, e assim aprendem um monte de coisas. Assim, a criança em nós nos ensina a abrir mão do peso, porque quando carregamos esse peso nas costas fazemos as coisas com muito mais dificuldade do que faríamos se estivéssemos leves e livres para simplesmente fluir com a vida. 
E foi assim, a nossa tarde: leve, fluída e cheia de adultos-crianças brincando e se divertindo com a beleza da vida!

[Malaquias] quando se cansa deita no infinito,
estende a rede, é todo criança,
entre perguntas ele se balança,
nunca responde o porquê do longe,
no seu mistério ele se esconde,
fica debaixo do chapéu de lua,
no teu olhar ele talvez flutua
quando imaginas o que acreditas,
pois tantas lendas podem ser tão fadas,
se escutadas ... ficam mais bonitas!

O Malaquias faz parte de mim
É meu espirro quando digo "SIM"!

In MALAQUIAS - Sylvia Orthof - Ed. Quinteto Editorial

RESENHA DE DEZEMBRO (2013) - Objetos que contam histórias

Para fechar o ano, escolhemos um tema que pudesse explorar nossas memórias pessoais através de Objetos que nos contam histórias
Cada um dos participantes foi convidado a fazer uma viagem trazendo um objeto especial representativo de uma história ou momento marcante em sua vida.


Assim, fomos envolvidos em muitas histórias, algumas engraçadas, outras curiosas, outras sérias e todas, todas nos levaram a conhecer um pouco mais dos nossos colegas de Roda. Tivemos muitos momentos de risos e alguns nos emocionaram bastante.


A Roda, logo de início, nos instigou muita curiosidade, levados que fomos pelas peculiaridades de alguns objetos sobre os quais já elucubrávamos alguma história em nossa imaginação, mas que somente foram reveladas com os depoimentos das pessoas que os levaram.


Foi um momento gostoso de partilha, de comunhão de reminiscências e maior aproximação entre nós. Compartilhamos histórias, confiamos segredos e demos boas risadas.
Fechamos o ciclo de 2013 com um brinde ao Roda Palavra, à nossa atividade de contadores e à nossa amizade.

RESENHA DE NOVEMBRO (2013) - Roseana Murray

Nosso encontro foi leve e gracioso como a poesia de Rosena. Fomos levados a nos sentir numa roda de crianças docemente embaladas por suas palavras, pela melodia e temática de seus poemas.


"Digo como Neruda, poeta que amo: para nascer nasci. Para fazer poesia, amar, cozinhar para os amigos, para ter as portas da casa e do coração sempre abertas. Nasci num dia quente de dezembro, em 1950, dois meses antes do previsto, numa clínica em Botafogo. Sou filha de imigrantes poloneses, Lejbus Kligerman e Bertha Gutman Kligerman, que vieram para o Brasil antes da Segunda Guerra fugindo do antissemitismo. Passei a infância no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro.
Gosto de mato e silêncio, não sou nada urbana. Durante muitos anos vivi em Visconde de Mauá, mas troquei Mauá por Saquarema em 2002, já que uma cirurgia na coluna tornou a montanha quase intransponível. Mas o meu filho André Murray continua lá tocando as suas árvores e panelas no Restaurante Babel : ele é Chef de Cozinha. Meu outro filho é músico,  o Guga . Ele  vive em Granada , na Espanha e tem um trio no Brasil, o Um Trio Vira-Lata. Eles são filhos do meu primeiro casamento. Desde 1997 estou casada com o Juan Arias, jornalista e escritor . Tenho muitos livros publicados e leitores de todas as idades, aliás não acredito em idade, mas sim em experiências vividas. Fico muito feliz quando penso que um poema que escrevi aqui na minha mesa, sozinha, chega a lugares tão distantes e emociona tanta gente." (
Roseana Murray)



NEBULOSAS

Tem pessoas que amamos
de amor tão intenso
que com seus gestos-palavras
vão fabricando nebulosas
dentro do corpo da gente

Poemas de Céu, ed. Paulinas, ilustrações de Mari Ines Piekas

A PALAVRA É DE PRATA E O SILÊNCIO É DE OURO

O silêncio é uma caixa
imensa onde cabem
e ressoam
todas as palavras
e há que pescá-las com cuidado.
Existem as redondas
e macias,
palavras vaga-lumes,
que iluminam a boca
de amor e doçura,
e outras com espinhos,
essa é melhor deixar
no fundo da caixa do mundo.

Dentro do silêncio
as palavras iluminadas
nadam
como peixes dourados.

In: Quem vê cara não vê coração, ed. Callis & Instituto Houaiss, 2012




DANÇA
Então a vida é uma dança
de fogo
com a nossa sombra?
Sentimentos explodem,
um incêndio a cada passo.
Como entrelaçar
todas as músicas
que me habitam?



In Roseana Murray – Poemas para ler na escola, Ed. Objetiva, 2011