Histórias de quem conta histórias III – tecendo o fio da vida!


Queridos amigos, então começamos mais um ano do Roda Palavra e voltamos mais ávidos de muita literatura, conhecimento e partilha!

Sentimos muita alegria em rever e abraçar nossas companheiras de jornada e uma felicidade especial de ter de novo Zileide na Roda. E foi nesse clima de amizade e (re)união que demos a largada inicial em 2013.

TECENDO O FIO DA VIDA QUE UNE NOSSAS HISTÓRIAS
A palavra TEXTO vem do latim texere.
Seu significado mais antigo está conectado às palavras: entrelaçar, tecer, fazer tecido, entrançar.

Neste primeiro encontro vivenciamos um momento de reflexão sobre o nosso papel de contador: a nossa participação nesta rede tão intrincada de tantas histórias que se tocam, se cruzam, se enlaçam, que as vezes passam de raspão, algumas fazem vincos profundos, deixam marcas para sempre … Qual é a nossa responsabilidade neste ato de tecer, fiar e ao mesmo tempo sermos tecidos e construídos pelas histórias que contamos e ouvimos? O quanto nos modificamos, nos moldamos, somos tatuados por estas histórias? Afinal, somos tecido e tecelão, fio e tear, artesão e arte e receptores.





 Quanto mais lemos, mais costuramos nossos próprios caminhos.
(Ilan Brenman)

O quanto eu deixo de mim em alguém quando conto uma história? O quanto este ouvinte deixa dele em mim? O quanto somos contaminados e invadidos pelas histórias que compartilhamos juntos? No momento da contação de uma história, acontece uma história que é vivida de forma única naquele exato instante da narração!

O encontro definitivo com um livro, uma história, um filme traz revelações que vão surgindo paulatinamente ao longo de toda uma vida. A literatura trabalha com toda a experiência vital de um ser humano – e não só com o pedacinho que se pode medir.
(Yolanda Reyes)

Uma vez adultos, poderão recordar a essência dessas conversas de vida que se teciam entre as linhas de uma história. No fundo, os livros são isto: conversas sobre a vida. E é urgente, sobretudo, aprender a conversar.
(Yolanda Reyes)

Considero que esta afirmação de Yolanda Reyes sintetiza bem o que fazemos ao contar histórias e frequentar o RODA PALAVRA: dividimos belas conversas sobre a vida!

Histórias partilhadas:

- As três fiandeiras (Mitologia Grega – o destino)
- Aracne (Mitologia grega - a tecelã mortal que desafiou a deusa Atenas)
- Ananse (A aranha possuidora de todas as histórias nas narrativas africanas)
- O Minotauro (Mitologia Grega – o fio que guia)
- A moça tecelã (Marina Colasanti - “Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.”)
- Os sete novelos (Conto Africano sobre partilha).
- Os cisnes selvagens (Hans Christian Andersen - a tecitura que resgata)
- Ponto de tecer poesia (Sylvia Ortoff)
- Ponto a ponto (Ana Maria Machado)

E assim passamos nossa primeira tarde de 2013, tecendo, fiando, costurando, bordando, conversando sobre a vida …

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