NOSSO ENCONTRO DE 13 DE MAIO



"Poesia é a infância da língua"

Nesta segunda segunda-feira de maio, temos um encontro com a poesia desconcertante e bela de Manoel de Barros
Ao entrarmos no universo deste poeta somos surpreendidos por uma subversão dos sentidos, uma revolução das estruturas e somos levados, por nossas crianças internas, a descobrir novas imagens, a fazer novas leituras do mundo!
"Pois minha imaginação não tem estrada.
Eu não gosto mesmo de estrada.
Gosto de desvio e de desver."

"Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não uso das palavras
Fatigadas de informar.
Dou mais respeito
Às que vivem de barriga no chão
Tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou importância às coisas desimportantes
E aos seres desimportantes
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais do que as dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença


Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios
Amo os restos
Como boas moscas.
Queria que minha voz tivesse formato de canto
Porque não sou da informática
Eu sou da invencionática.
Só uso minhas palavras para compor meus silêncios."







OS DOIS
Eu sou dois seres. 
O primeiro fruto do amor de João e Alice. 
O segundo é letral: 
É fruto de uma natureza que pensa por imagens, 
Como diria Paul Valèry. 
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu e vaidade. 
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades e frases. 
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós 

( Manoel de Barros, 2004)

Imperdível!
Vamos compartilhar nosso encantamento com a poesia de Manoel de Barros.
13 de maio - às 14 horas.
Leitor guia: Selma

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