Junho/2016: Espelho


 ESPELHO, ESPELHO MEU....


O Espelho pode revelar ou esconder, ser realista ou distorcer, assustar ou encorajar, petrificar, aprisionar ou mostrar um mundo de possibilidades, depende de quem o olha, como o olha e para quê!

Desde tempos imemoriais podemos encontrar o tema do espelho, tanto em contos orais, como nas mitologias e na literatura. Todas estas modalidades de narrativas são ricas em espelhos ou seus similares (quadros, lagos, rios), que refletem, respondendo ou não às expectativas de seus interlocutores.

Na mitologia grega encontramos o tema do espelho no mito de Narciso (o ser entorpecido que só vê a si mesmo), em Eco (a repetição de si mesmo, a dificuldade de ver o novo, de buscar novas possibilidades, resultando no aprisionamento na projeção no outro) e em  Medusa (o medo que petrifica, paralisa e mata). Narciso morre porque olha só para si mesmo e Eco sucumbe na armadilha de projetar no outro a razão de viver. Medusa é o reflexo da sombra de Atená, seu duplo-contrário, revelando vaidade, inveja, agressividade irracional, injusta e indiscriminada. A morte de Medusa acontece ao se ver refletida no espelho. Simbolicamente funciona como um reconhecimento por parte Atená de condições indesejadas, que passam a ser vistas e reconhecidas com a incorporação da cabeça de medusa ao seu escudo. A sombra, uma vez acolhida,  deixa de ser assustadora e ameaçadora.


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