" (...) Tempo Tempo Tempo Tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo Tempo Tempo Tempo (...)"
(Oração ao Tempo - Caetano Veloso)
O Tempo é um deus inexorável e
devorador para todos os seres vivos. Não há como fugir, como enganar, como
disfarçar! Ele passa por todos e deixa suas marcas. Senti-lo passar depende de
como passamos por ele.
(Cecília Meireles)
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?
Ser velho é um privilégio, uma
conquista, com méritos, valores e também os ônus.
Para muitos ou mesmo para toda a sociedade é uma coisa da
qual deve-se ter vergonha e medo, a ponto de se trocarem os termos usados para
esta esta etapa de vida, mascarando ou inventando palavras e expressões para se
esconder a velhice e tudo o que a ela se refere.
A jornalista Eliane Brum faz uma análise muito interessante
sobre isto no texto abaixo.
Me chamem de velha
Eliane Brum
Na semana passada, sugeri a uma pessoa próxima que trocasse a palavra “idosas” por “velhas” em um texto. E fui informada de que era impossível, porque as pessoas sobre as quais ela escrevia se recusavam a ser chamadas de “velhas”: só aceitavam ser “idosas”. Pensei: “roubaram a velhice”.
(Para ler mais)
A nossa reunião de setembro tratou de um tema polêmico mas teve muitos e muitos momentos alegres, agradáveis, de belos relatos e de discussão em torno da literatura existente e que aborda o tema de maneira poética e muitas vezes divertida.
Foram trazidos muitos livros de literatura infantil que podem ser lidos para levar às crianças as abordagens divertidas e humanas da relação Velho-Novo, representada pelas relações Avós-Netos, por exemplo.
Foi uma escolha excelente de tema, que enriqueceu a todos. Talvez até, inicialmente, um tema que pudesse parecer não conter uma literatura que pudéssemos utilizar em nosso "trabalho" de contação, mas que se mostrou guardar uma rica literatura e que pode ser muito mais explorada e pesquisada.
Para ver a relação dos livros, clique aqui: Bibliografia
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