2014 - RESENHA DE ABRIL - Histórias que contam histórias IV - A Voz da Minha Criança

Em nossa primeira Roda de 2014, como sempre, escolhemos um tema em que o contador fosse o foco, em mais uma de suas nuances, desta vez, a criança presente no adulto de cada um de nós.

A proposta surgiu a partir de uma contadora que nos trouxe o livro Palavra de Criança como sugestão de um tema para o Roda Palavra.
Usamos o livro como fonte de inspiração para criar a temática do encontro, agregando autores que trazem essa essência de ser criança em seus textos.
Assim, inevitavelmente visitamos Manoel de Barros, o poeta mais criança que conhecemos! Sylvia Orthof também não poderia faltar!
E assim vieram também para Roda: Betty Coelho, Tom Alves, histórias pessoais e muita partilha!


Uma boa história é contada de "criança para criança". Ou seja, quando um contador de histórias conta com o coração, é a criança interna dele que está falando com a criança do ouvinte, mesmo que este cronologicamente não seja uma criança.
É a criança do contador chamando a criança do ouvinte para brincar.




"Em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa"  
(Carl Gustav Jung)



A criança é aquela fonte de energia que vive dentro de nós e nos impulsiona para o novo, a curiosidade que nos mobiliza para arriscarmos novas experiências e novos caminhos. Sem a presença da criança em nós, a vida vai ficando cada vez mais chata, cinza e sem graça.
As crianças brincam, e assim aprendem um monte de coisas. Assim, a criança em nós nos ensina a abrir mão do peso, porque quando carregamos esse peso nas costas fazemos as coisas com muito mais dificuldade do que faríamos se estivéssemos leves e livres para simplesmente fluir com a vida. 
E foi assim, a nossa tarde: leve, fluída e cheia de adultos-crianças brincando e se divertindo com a beleza da vida!

[Malaquias] quando se cansa deita no infinito,
estende a rede, é todo criança,
entre perguntas ele se balança,
nunca responde o porquê do longe,
no seu mistério ele se esconde,
fica debaixo do chapéu de lua,
no teu olhar ele talvez flutua
quando imaginas o que acreditas,
pois tantas lendas podem ser tão fadas,
se escutadas ... ficam mais bonitas!

O Malaquias faz parte de mim
É meu espirro quando digo "SIM"!

In MALAQUIAS - Sylvia Orthof - Ed. Quinteto Editorial

Nenhum comentário:

Postar um comentário